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LÉLIA ABRAMO, ARARAQUARENSE QUE FEZ HISTÓRIA NA DRAMATURGIA





LÉLIA ABRAMO ( SÃO PAULO, 8 DE FEVEREIRO DE 1911 — SÃO PAULO, 9 DE ABRIL DE 2004) FOI UMA IMPORTANTE ATRIZ, SINDICALISTA E MILITANTE POLÍTICA BRASILEIRA. BIOGRAFIA FILHA DOS IMIGRANTES ITALIANOS, AFRA IOLE SCARMAGNAN, NATURAL DE MONSELICE (PROVÍNCIA DE PÁDUA) E DE VINCENZO ABRAMO, NASCIDO EM TORRACA (PROVÍNCIA DE SALERNO), LELIA VIVEU NA ITÁLIA […]
Lélia Abramo, araraquarense que fez história na dramaturgia
LÉLIA ABRAMO
Lélia Abramo ( São Paulo8 de fevereiro de 1911 — São Paulo, 9 de abril de 2004) foi uma importante atriz, sindicalista e militante política brasileira.
Biografia
Filha dos imigrantes italianos, Afra Iole Scarmagnan, natural de Monselice (província de Pádua) e de Vincenzo Abramo, nascido em Torraca (província de Salerno), Lelia viveu na Itália entre os anos de 1938 e 1950, tendo sofrido as privações da Segunda Guerra Mundial. Junto aos seus irmãos, o artista plástico Lívio Abramo, Beatriz Abramo, os jornalistas Athos AbramoFúlvio Abramo e Cláudio Abramo, faz parte de uma família que teve grande presença na história brasileira, tanto na militância política como na arte. Sua mãe, Afra Iole, era filha de Bortolo (“Bartolomeu”) Scarmagnan, militante anarco-sindicalista e organizador da greve geral de 1917 em São Paulo.
Participou dos primeiros momentos de fundação da Oposição de Esquerda no Brasil, sempre se assumindo como uma simpatizante do trotskismo junto com Mário PedrosaEduardo Maffei, militante comunista registra participação de Lélia na Frente Única Antifascista trocando tiros com os integralistas na Praça da Sé, em 1934, durante o episódio conhecido como a Revoada dos galinhas-verdes. Em suas memórias, Lélia afirma ter apenas portado “pedaços de pau” [1].
Lélia Abramo foi também militante e fundadora do Partido dos Trabalhadores, tendo assinado a ata de fundação com Mário PedrosaManuel da ConceiçãoSérgio Buarque de HolandaMoacir Gadotti e Apolônio de Carvalho. Foi uma personalidade presente em diversos momentos da vida política brasileira, como a campanha das Diretas Já!.
A atriz iniciou a carreira aos 47 anos. Participou de 27 telenovelas, catorze filmes e 23 peças de teatro, tendo convivido com grandes nomes do teatro paulista, como Gianni Ratto e Gianfrancesco Guarnieri, com quem estreou nos palcos em 1958 em Eles não Usam Black-Tie. Na TV é lembrada pela matriarca Januária Brandão em Pai Herói (1979), Mama Vitória em Pão Pão, Beijo Beijo (1983) e Bibiana na minissérie O Tempo e o Vento (1985).[2]
Sua militância política custou-lhe, porém, alguns anos de ostracismo na televisão, e ela passou a ser ignorada pela Rede Globoa partir 1978, quando assumiu a presidência do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo, integrando a primeira chapa de oposição a ser vitoriosa desde o início da ditadura . Lélia tinha, então, como companheiros de diretoria, Renato Consorte, Dulce Muniz, Cláudio Mamberti e Robson Camargo, entre outros. Essa eleição ganhou as principais páginas dos jornais paulistas da época, apesar da intensa censura.
Antonio Cândido descreve Lélia Abramo como uma atriz que “nunca vergou a espinha, nunca sacrificou a consciência à conveniência e desde muito jovem se opôs à injustiça da sociedade. Que sempre rejeitou as vias sinuosas e preferiu perder empregos, arriscar a segurança, sofrer discriminações para poder dizer a verdade e agir com seus pontos de vista…” (prefácio de Vida e Arte)
Lélia Abramo morreu em 9 de abril de 2004, aos 93 anos, vítima de uma embolia pulmonar.[3]
Durante a segunda guerra mundial entre 1939 e 1945 Lélia conseguiu salvar aproximadamente 300 crianças dos bombardeiros alemães em Roma.

Fonte: Jornal o Imparcial Araraquara