Ele não está envolvido neste crime, diz advogado de DJ preso pela PF












O advogado Ariovaldo Moreira, que representa Gustavo Henrique Elias Santos, um dos presos suspeitos de invadir o celular do então juiz federal Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol, chefe da Operação Lava Jato, disse a VEJA que seu cliente está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, junto com sua esposa, Suellen Priscila de Oliveira, mas que eles não foram ouvido pelas autoridades.
A operação da Polícia Federal, deflagrada em sigilo nesta terça-feira, 23, prendeu quatro suspeitos. Em Araraquara, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na residência da mãe de Gustavo, Marta Elias Santos. Avisado pela família de seu cliente sobre a força-tarefa, o advogado enviou um e-mail para a Polícia Federal para saber “o paradeiro” do casal, preso na capital paulista, e para exigir que eles não fossem ouvidos sem a sua presença.
“Tomei essa atitude porque estava, a todo custo, querendo saber onde ele estava. Fiquei sabendo que ele estava em São Paulo, mas sendo transferido para Brasília”, disse a VEJA. Segundo Moreira, a Polícia Federal, em um primeiro momento, o negou a informação sobre a localização de Gustavo e Suellen, sob a justificativa de que não poderiam confirmar se ele, de fato, representava os suspeitos. “Depois de muita insistência, me passaram um contato, este e-mail, para o qual escrevi e afirmo que vou para Brasília. Também me disseram que ele a esposa estão lá e que aguardarão a minha chegada para ouvi-lo”, explicou.
Ariovaldo Moreira disse que conversou com Gustavo por volta das 21h30. Ele disse a VEJA que o DJ estava “inseguro” e que não deu detalhes sobre as circunstâncias da prisão por estar acompanhado de perto por um policial federal. “O que sei é que entraram na casa dele, mas o Gustavo não soube me dizer o que levaram, e se levaram algo, de lá”, afirmou.

O advogado afirma acreditar que Gustavo e sua esposa não têm envolvimento com a invasão dos celulares de Moro e Dallagnol. Na avaliação de Moreira, a operação visa “coletar informações, recolher objetos, que possam a levar às pessoas que invadiram as contas no Telegram”. “Acredito que chegaram até ele porque ele possa ter informações que permitam que se chegue a quem cometeu o crime”, disse. “Conheço a pessoa do Gustavo e posso afirmar com todas as letras que não acredito que ele esteja envolvido diretamente nessa questão”, acrescentou.
Uma quinta pessoa está foragida. Trata-se de Walter Delgatti Neto, que também já foi representado por Moreira. A PF também fez buscas na residência da avó de Delgatti Neto, afirma o advogado. “Trabalhei para o Walter há anos, mas não fui procurado nem pela família nem por ele. Até acredito que ele deva fazer contato comigo acerca deste fato, mas até o momento, nada”, disse.

Fonte: Veja