Saúde diz que há evidências para uso de cloroquina; SBI desaconselha



O Ministério da Saúde voltou a defender o uso da cloroquina no tratamento de casos leves da covid-19, doença sistêmica provocada pelo novo coronavírus, nesta sexta-feira (17), durante coletiva de imprensa técnica, em Brasília. 
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti Neto, afirmou que as orientações para manuseio medicamentoso precoce de pacientes diagnosticados com a infecção estão respaldadas em "mais de mil evidências científicas." 
"Esses boletins são atualizados diariamente. Se mudará as orientações? Provavelmente, sim. A ciência muda, dia após dia, novas informações vão chegando. É importante ressaltar que esse ministério guarda um profundo respeito pela autonomia do médico em prescrever para o seu paciente", completou. 
 O secretário ressaltou que a pasta tem conhecimento de estudos contrários "a essa e a outras drogas", no entanto, diante do cenário de emergência provocado pela pandemia, é necessário um "olhar amplo" diante de tudo que a ciência está produzindo em relação ao tratamento desses pacientes. 
"Há evidências contrarias a essa e outras drogas, mas como disse, são pacientes que podem estar na fase leve, inicial, intermediária ou tardia. Como foi dito inúmeras vezes, e, infelizmente, as pessoas parecem não ter com muito zelo os artigos publicados", disse.
Sociedade de Infectologia pede 'abandono' de cloroquina
Mais cedo, A SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) emitiu uma nota em que orienta médicos a não utilizarem a cloroquina, ou a variante hidroxicloroquina, no tratamento de pacientes com covid-19.
O comunicado ocorre após a divulgação de dois estudos científicos que mostram que o medicamento não oferece nenhum benefício no combate ao novo coronavírus no organismo, nem mesmo se tomado nos primeiros dias da infecção.
Uma das pesquisas científicas que serviu de embasamento para a nova diretriz foi feita em 40 estados dos EUA e em três províncias do Canadá. Metade dos pacientes recebeu hidroxicloroquina e a outra metade tomou placebo.
O grupo que recebeu a hidroxicloroquina não teve nenhum benefício clínico, já que não se constatou redução da duração dos sintomas, de hospitalizações ou de mortalidade, quando comparados aos que receberam placebo. 

Fonte:R7