Medo do desemprego cresce em dezembro, aponta pesquisa da CNI

 



O medo de perder o emprego aumentou na população brasileira em dezembro, segundo estudo da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgado nesta quinta-feira (7). O Índice do Medo do Desemprego ficou em 57,1 pontos no último mês de 2020, acima da média história de 50,2 pontos e 2,1 pontos acima do verificado em setembro.

O resultado foi obtido com 2 mil entrevistas em 126 municípios, realizadas entre 5 de 8 de dezembro pelo Ibope Inteligência.

Os dados acompanham o aumento do desemprego no país de forma mais acentuada na pandemia e em razão da crise econômica. A taxa de desemprego aumentou de 14,1% em outubro para 14,2% em novembro, maior resultado da Pnad Covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid, iniciada em maio pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A população desocupada cresceu de 13,7 milhões em outubro para 14 milhões em novembro, um aumento de 2%.

A pesquisa divulgada nesta terça pela CNI mostra que as mulheres têm um medo muito maior do que os homens de perder o emprego. O indicador do gênero feminino é de 64,2 pontos, enquanto do gênero masculino é de 49,4 pontos.

Além disso, o medo do desemprego cresceu mais entre os entrevistados com educação superior. Nesse grupo, o índice passou de 50,1 pontos em setembro para 54,7 pontos em dezembro.

Ainda assim, esse grupo da população apresenta o menor índice de medo do desemprego entre os estratos por grau de instrução. O medo é maior entre os entrevistados com grau de instrução inferior ao ensino médio completo (59,1 pontos entre os com instrução até a 4ª série da educação fundamental e 59,2 pontos entre os com da 5ª à 8ª série).

O aumento do medo do desemprego foi maior na periferia das capitais. Nessa região, o índice subiu de 55,9 pontos, em setembro, para 65,5 pontos em dezembro.

Satisfação com a vida

Outro índice medido pela CNI e pelo Ibope é o de "Satisfação com a Vida". Ele alcançou 70,2 pontos em dezembro de 2020, ficando acima da sua média histórica, de 69,6 pontos, o que não ocorria desde 2014. Com o crescimento, o indicador mantém a tendência de recuperação iniciada no fim de 2016.

“A melhora na satisfação com a vida da população brasileira pode estar relacionada tanto à percepção, no início de dezembro, de melhora da crise sanitária e econômica, como ao auxílio emergencial que proveu maior segurança econômica às famílias de baixa renda”, avalia o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca.

O aumento na satisfação com a vida foi maior entre os entrevistados com renda familiar até 2 salários mínimos. Ainda assim, a satisfação com a vida é menor nesse grupo da população. A satisfação cresce com a renda familiar e com o grau de instrução do entrevistado. Ela também é maior entre os mais jovens.


Fonte:R7