Internado, Covas tem acúmulo de líquido nos pulmões e abdômen

 



Ainda sem previsão de alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo (SP), o prefeito Bruno Covas (PSDB) seguirá despachando durante sua internação após um agravamento do câncer. Covas está recebendo alimentação complementar por via intravenosa e apresenta acúmulo de líquidos ao redor do pulmão e no abdômen. Esse acúmulo é decorrente de uma inflamação causada por um dos tumores que atingem seu fígado. Ele só deve deixar o hospital quando houver confirmação de que o volume de líquido extra foi reduzido.

Em coletiva de imprensa realizada nesta tarde no hospital, o médico David Uip afirmou que o prefeito tem quadro estável e reagiu bem aos tratamentos, portanto consegue realizar seus trabalhos durante a internação.

"Nesse momento o prefeito está bem, se adequou ao tratamento, à alimentação e continua despachando normalmente. A previsão é que quando houver alta ele volte às suas atividades normais. A ideia é que ele continue trabalhando normalmente sem aparição pública", afirmou Uip.

O médico comentou ainda que Covas tem respeitado as orientações médicas e não quer deixar o cargo durante a internação. "E nós entendemos que deve ser assim mesmo. Ele tem condições para isso", disse.

Avanço do câncer

Segundo explicou Uip, Covas havia sido internado para fazer exames rotineiros. No entanto, nesta última avaliação, os exames mostraram um avanço do câncer no fígado e nos ossos. Para seu tratamento, na última sexta-feira (16), foram introduzidos alimentos por via intravenosa enquanto o prefeito dormia.

A alimentação complementar está sendo aplicada durante a noite, mas Covas se alimenta por via oral normalmente. A opção pela complementação, segundo a equipe médica, se deu para tentar aumentar o peso do prefeito, para fortalecê-lo enquanto passar pelo tratamento.

Os líquidos estão acumulados no espaço pleural e espaço peritoneal, ao redor dos órgãos do tórax mas, segundo os médicos não afetam a respiração do prefeito. O processo de drenagem desse líquido excedente teve início na segunda-feira (19). Os drenos, instalados nas laterais do corpo, só serão retirados quando o volume de líquido se reduzir, o que ainda não tem previsão de ocorrer.

Embora esse acúmulo seja causado pela inflamação do fígado, os médicos não vincularam sua alta médica ao sucesso no tratamento do câncer: ele poderá continuar o tratamento em casa caso os drenos se mostrem eficientes. A redução é necessária para proteger os demais órgãos, em especial o pulmão, de complicações.

Covas está internado no Sírio-Libanês desde o último dia 15 de abril, após o surgimento de novos pontos do câncer, que atingiram o fígado e os ossos. Na noite desta terça-feira, o prefeito se pronunciou por meio das redes sociais para falar sobre o tratamento: "A luta continua e o trabalho não pode parar. O apoio e o carinho que recebo todos os dias me dão cada vez mais força. Seguirei como sempre: de cabeça erguida e cumprindo, junto com minha equipe, nossos compromissos com São Paulo".

Doença foi descoberta em 2019

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No momento, Covas tem cinco tumores no fígado, um na estrutura da bacia e outro na coluna vertebral. Os novos pontos foram descobertos no dia 15, após exames complementares realizados pelo prefeito. Ele passa por um tratamento que combina dois medicamentos quimioterápicos e dois imunobiológicos. "O surgimento de metástase nos ossos e novos lesões no fígado mostram agravamento da doença, e por isso houve mudança de estratégia no tratamento oncológico", disse Uip.

Covas descobriu que tinha câncer em outubro de 2019, quando exames que vinham sendo realizados para investigar o surgimento de uma trombose apontaram a existência de três tumores - um no fígado, um na cárdia (a transição entre o fígado e o esôfago) e outro nos gânglios linfáticos. Os médicos atacaram a doença com os tratamentos de imunoterapia e quimioterapia e dois dos três ferimentos chegaram a desaparecer, enquanto o ferimento no fígado havia diminuído, mas ainda persistido.

Em fevereiro deste ano, os médicos haviam identificado um novo tumor no fígado, e ele retornou à quimioterapia. Entretanto, ao longo desta nova etapa do tratamento, a doença se mostrou mais agressiva, se espalhando para mais pontos do fígado e seus ossos.

* Com informações da Agência Estado