Jair do Acordeom perde a batalha para a Covid-19




O meio artístico são-carlense está em luto. Jair do Nascimento, 66 anos, ou apenas Jair do Acordeom morreu por volta das 2h de sexta-feira, 9, no AME de Américo Brasiliense, devido as complicações causadas pela Covid-19. Seu sepultamento aconteceu às 11h de sábado, 10, no cemitério municipal Nossa Senhora do Carmo.



A comoção pelo seu passamento foi grande e até às 13h30 de sábado, nas redes sociais, eram aproximadamente 2.121 mensagens de condolências aos familiares e lamento dos amigos e fãs.


Jair era viúvo de Maria Aparecida Marques de Paula Nascimento e deixou as filhas Raquel (casada com Tiago Lopes) e Rafaela (casada com Fernanto Watanabe). Deixou ainda três netinhos: Lívia, Camila e David. Residiu em São Carlos desde os 15 anos e tocava acordeom há 59 anos.


Jair do Acordeom residia com as irmãs Edith e Irene no Jardim Morumbi. Além de estar no grupo de risco da Covid-19, tinha comorbidades, pois era hipertenso e diabético.DOR NA TERRA, MAS FESTA NOS CÉUS


Saia em casos de necessidade e se cuidava muito. Porém, tinha medo de agulhas e ainda não havia se vacinado. No dia 18 de junho, após apresentar cansaço, falta de ar e perder o apetite, familiares o levaram até o centro de triagem no ginásio municipal de esportes Milton Olaio onde fez o exame e testou positivo.


“Ele não sabe onde se infectou, mas após o exame retornou para casa”, disse a filha Raquel ao São Carlos Agora.


Segundo ela, com o passar dos dias, seu estado de saúde se agravou e ficou internado por uma semana na UPA do Cidade Aracy. “Mas seu estado de saúde ficou crítico e acabou intubado”, relatou. Posteriormente foi transferido para Américo Brasiliense onde ficou por seis dias na luta pela vida. “A cada dia, piorava até que chegou sexta-feira e ele perdeu a batalha”, disse Raquel. “Estamos muito tristes aqui na terra. Mas tenho certeza que tem festa lá no céu”, emendou, aos prantos.


SÓ NA MEMÓRIA...


Raquel disse que agora fica a imagem do pai tocando a sanfona. “Ele era excepcional. Sinto muita saudade”, afirmou. “Ele nos deixa um legado de honestidade, humildade e amor ao próximo. Agradeço ao SCA a chance desta última homenagem. A morte do meu pai não podia passar em branco. Todo mundo ama ele”.


AO PAPAI, COM CARINHO


Tocada emocionalmente e demonstrando um amor imensurável, Raquel deixou algumas palavras para definir o pai, a pedido do portal.


Com carinho, deixou registrado seu amor aquele que considera seu super-herói


“Jair do Nascimento, mais conhecido como Jair do Acordeom é um nome conhecido nas noites de São Carlos e região. Nascido em 1955 em uma fazenda próxima a represa do Broa em Itirapina, filho caçula de Lúcia e João mudou-se para São Carlos ainda jovem e iniciou sua vida profissional trabalhando em diversas empresas como a Pedreira Bandeirantes, Metalfaq, Expresso São Carlos, Primeira Transportes e Viação Paraty. Nesta última, fez muitos amigos, tanto motoristas quanto passageiros, os quais sempre recebia com um sorriso no rosto. Mas junto com seu trabalho, ele trazia consigo a paixão pela música e nos finais de semana tocava seu acordeom em casas de bailes como Flor de Maio, Grêmio, Casarão entre outros. Com sua humildade e alegria conquistou amigos e deixa saudades no meio artístico de São Carlos e também em sua família. Família esta que aproveita para fazer um apelo: "Não tenham medo de vacinar-se contra a Covid-19. Nosso sanfoneiro tinha medo de agulhas e isso pode ter-lhe custado a vida"...


Fonte: São Carlos Agora