Senado promulga lei que cria memorial às vítimas de Covid-19

 



Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (8) a resolução que cria o memorial em homenagem às vítimas de Covid-19 no Brasil. O monumento será erguido na área externa do Senado Federal, no espaço próximo ao espelho-d’água.

A criação do memorial foi aprovada pelo Senado na última terça-feira (5). O primeiro vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), assinou a promulgação da lei e ressaltou o simbolismo do memorial e o papel "educativo" que ele terá para a sociedade em geral.

"Tem o condão de registrar fisicamente [as consequências da pandemia], mas tem o fator pedagógico de sempre estar a provocar a nós todos, não apenas os agentes públicos, os póliticos, mas a sociedade de maneira geral, a como não se deve conduzir e se comportar numa situação como essa", afirmou.

Vital do Rêgo citou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid como mecanismo fundamental para apuração de responsabilidades no enfrentamento à pandemia e de supostos atos de corrupção nesse processo. Segundo ele, não haveria como evitar a chegada do vírus ao Brasil, mas os efeitos poderiam ter sido minimizados não fosse "uma péssima, insensível, irresponsável e inconsequente condução do governo federal".

Memorial
A proposta de criação do memorial é de autoria do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e tem relatoria de Omar Aziz (PSD-AM). Ambos fazem parte da mesa diretora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal.

O projeto aprovado prevê a instalação de 27 pedras, representando a dor pela perda das vítimas em cada uma das unidades da Federação. Segundo o autor da proposta, o memorial servirá para que as vítimas da pandemia nunca sejam esquecidas. Renan, que é relator da CPI da Covid, afirma que muitas das mortes poderiam ter sido evitadas caso o poder público tivesse agido em consonância com as recomendações científicas.

Omar Aziz, presidente da CPI, diz que o memorial terá como principal função fazer um registro histórico sobre o que aconteceu no Brasil desde o início da pandemia. Em seu relatório, o senador afirmou que o Brasil tem sido "um caso mundial raro de acúmulo de erros no combate à Covid-19, desde o registro oficial do primeiro caso confirmado da doença, em 26 de fevereiro de 2020".

“Com o caos instalado, o país passou a testemunhar todo tipo de tragédia: UTIs lotadas, falta de oxigênio e de medicamentos para intubação, pessoas morrendo em casa ou nas filas dos hospitais na espera por um leito de UTI, famílias desesperadas, pais perdendo filhos, filhos perdendo pais, irmãos, avós, famílias inteiras desaparecendo, sucumbidas pela terrível doença. Paralelamente, muitos sobreviventes, além das dores das perdas, ainda enfrentam o desemprego, a fome e a falta de perspectiva”, declarou Aziz.

Números da Covid
Nesta quinta-feira (7), o Brasil registrou mais 451 mortes por Covid-19 e 15.726 novos casos diagnosticados, como apontam dados enviados pelas unidades da Federação ao Ministério da Saúde e ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

Com essa atualização, o país contabiliza 599.810 mortes. Ao todo, 21.532.558 pessoas já foram diagnosticadas com a doença. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná são os estados com o maior número de óbitos, respectivamente.

Fonte:R7