Ministério Público do DF contabiliza 122 denúncias de racismo em 2021

 



De 1º de janeiro a 18 de novembro deste ano, o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) ofereceu 122 denúncias referentes a crimes de injúria qualificada pelo preconceito e baseadas na lei de racismo (Lei 7.7716/89).

Em todo o ano passado foram 93 denúncias e em 2019 houve 88 denúncias. De acordo com um levantamento feito pelo MPF, a maioria das vítimas tem entre 31 e 40 anos e os ofensores de 41 a 50 anos.

A análise feita pelo Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do Ministério Público do MPDFT por meio de dados e estatísticas referentes a crimes raciais e de injúria qualificada.  Foram analisados aspetos como o perfil dos autores e das vítimas, as áreas de incidência, a datas das ocorrências e das denúncias.

O estudo aponta que no Distrito Federal em 2020 e 2021, Brasília e Ceilândia lideraram em números de registros de crimes raciais, seguidas de Sobradinho, Paranoá e Águas Claras.  Em relação aos arquivamentos dos procedimentos investigativos, tanto em 2021 quanto em 2020, verificou-se que a maioria se deu por falta de condição da ação, que geralmente ocorre quando a vítima da injúria racial não deseja prosseguir com a investigação. Outras modalidades de arquivamento aconteceram por insuficiência de provas, decadência, inexistência do crime e outros.

A promotora de Justiça Mariana Nunes, que coordena o Núcleo de Enfrentamento à Discriminação ressaltou que o sistema de justiça precisa aprimorar o tratamento conferido aos crimes de racismo e injúria preconceituosa, recentemente reconhecida pela Suprema Corte como espécie de racismo. "A Constituição trouxe expresso um mandado de criminalização para o racismo e previu ser imprescritível, todavia, infelizmente ainda não alcançamos um enfrentamento eficaz ao racismo, que é um problema estrutural da sociedade brasileira e causa profundo impacto na vida e na saúde física e mental da população negra”, explicou.

Fonte:R7