Morte de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, é nova tragédia na carreira de Dave Grohl

 




O mundo da música foi pego de surpresa com o anúncio da morte de Taylor Hawkins, na noite desta sexta (25), baterista do Foo Fighters, banda que se apresentaria neste domingo (27), em São Paulo. Claro que o show foi cancelado.

Taylor, ao lado de Grohl, era a alma e o coração do grupo. Um baterista sensacional, daquele que dá gosto de ver tocando ao vivo porque sempre muito energético, com muita vontade e que não deixava nunca o ritmo cair. Era uma máquina azeitada que não economizava nunca na pancadaria. Não tinha como não gostar.

Nos shows do Foo Fighters, Hawkins sempre foi uma atração à parte. Além de tocar muito, em todas as apresentações, em alguns momentos ele deixava a bateria de lado — que era assumida por Grohl — e cantava para o público. Era sempre um dos momentos mais esperados e ele mandava muito bem, sempre causando catarse quando detonava ao cantar “Under Pressure”, hit do Queen com David Bowie.

Nesta turnê, Taylor estava cantando outra música, “Somebody to Love”, também do Queen. Foi assim nas últimas apresentações da banda no México, Chile e Argentina. Seria assim também no Brasil, onde o Foo Fighters encerraria o Lollapalooza, neste domingo.

A morte do baterista — ainda sem causa divulgada — é uma nova tragédia na vida do vocalista, guitarrista e líder Dave Grohl. Caso você não saiba, Dave era o baterista do Nirvana e era muito próximo a Kurt Cobain que, como se sabe, se matou em 1994. Foi um acontecimento extremamente devastador no mundo da música e totalmente inesperado, assim como acontece agora com Taylor.

Em 94, o Nirvana era a banda de maior sucesso e de maior relevância. Kurt, Grohl e o baixista Krist Novoselic mudaram a cara do rock nos anos 90 e se tornaram um grupo realmente emblemático. E embora Kurt desses sinais de autodestruição, ninguém imaginava que pudesse se matar. Foi um choque tremendo. Causou repercussão mundial. E Dave, além de companheiro de banda, também era amigo do vocalista. Você pode imaginar como foi difícil se recuperar desta primeira tragédia, certo?

Assim como foi o Nirvana, o Foo Fighters hoje é, possivelmente, a principal banda de rock do mundo. Tem seus detratores, mas não há como negar que tem uma relevância nesse mundo roqueiro, enchendo estádios até hoje e lançando álbuns que sempre chamam a atenção. No momento, há um longa-metragem protagonizado pela banda em exibição nos cinemas. Que outro grupo tem isso? Nenhum.

Grohl criou o Foo Fighters em 1994, mesmo ano da morte de Kurt. Ele já disse em entrevistas no passado que montou esta nova banda para conseguir ir adiante, como uma maneira de tentar superar a perda do amigo e de continuar se mexendo. Também contou que não há maneira fácil de passar por um momento trágico como este e que não há nenhum tipo de manual que ensine como fazer isso.

Pois bem, agora Dave passa pela mesma história novamente. Taylor é o segundo baterista do Foo Fighters e entrou na banda em 1997 em substituição a William Goldsmith, que não estava agradando Grohl. Hawkins, que até então era baterista da cantora Alanis Morissette, foi um encaixe perfeito no Foo Fighters e, de lá para cá se tornou uma referência dentro do grupo. Ajudava a dar cara para a banda. E, óbvio, se tornou um grande amigo de Grohl.

A morte inesperada de Taylor, que tinha 50 anos, chega cheia de semelhanças com o caso de Kurt Cobain. A maior delas é que, infelizment, Dave Grohl está dentro dessas histórias. A partida do baterista obriga Grohl a reviver uma vez mais um momento pavoroso em sua vida e em sua banda. A coisa é tão grave que não dá nem mesmo para afirmar que o Foo Fighters continuará existindo como grupo. Porque Hawkins não era apenas mais um baterista. Ele era “o” baterista. Sempre foi peça fundamental no som e nos shows da banda e é um daqueles integrantes insubstituíveis.

Só dá para desejar muita força para Dave Grohl e seus colegas de banda. Taylor era demais!

Fonte:R7