Professora teria incentivado estudantes a agredir aluna

 





Os pais de duas estudantes da Escola Estadual Dr. Alberto Alves Rollo, de Américo Brasiliense, denunciaram uma professora de 26 anos e alunos pelos crimes de ameaça e racismo, na manhã desta quinta-feira (24). 

De acordo com prints obtidos pelo portal, uma professora e demais alunos estariam se unindo para agredir uma estudante de apenas 16 anos, aluna do 2º ano do ensino médio. 

Segundo o delegado Jesus de Nazaré Romão, as ameaças começaram após as alunas questionarem na diretoria uma falta na lista de chamada na aula da professora pois estariam presentes. 

"As mães relataram que as filhas tiveram problema com a professora substituta, por conta da não inserção do nome delas na lista de presença. Uma das alunas foi até a diretoria para questionar a falta já que estavam na sala de aula. Por conta disso, os alunos de outra sala teriam hostilizado a estudante. A partir daí começaram diversas ofensas de cunho racista e ameaças. Agora iremos acionar a professora, a diretora e os alunos, para investigar o que realmente aconteceu", explica o delegado Jesus de Nazaré Romão. 

Ainda de acordo com o delegado, todas as conversas de Whatsapp já estão de posse dos investigadores. 

Elas serão analisadas e, caso seja comprovada as ameaças, a professora irá responder na justiça, já que incitou os estudantes a cometerem um crime.  



AMEAÇAS 

Cícero Donizete de Oliveira, pai da vítima, apontou que recebeu prints com conversas da professora e alunos e a família ficou abalada com o teor de violência vindo da educadora.

"Chegou para mim ontem, através dos prints, que queriam matar ela. Eu fiquei transtornado e fui falar com a diretora e ela marcou de ir lá hoje para conversar. Mas não me contive e liguei para a professora. Ela me falou que era para ir lá e resolver o que tivesse que ser resolvido. Ela disse que não mandou bater na menina, mas que teria parceria com alguns alunos", expôs. 

O pai questiona que tipo de "parceria" seria essa com os outros alunos. Em um dos prints, dinheiro é oferecido pela professora aos alunos para baterem na colega: "Pode torar o cacete". 

Segundo Cícero, a professora contou que quando viu que o assunto ia ficar grave, pediu para não fazerem nada. 

"Entretanto, o que tem nas conversas é muito diferente. Por conta disso, estou fazendo boletim de ocorrência por ameaça e racismo", ressalta.  

Ainda de acordo com o pai, a jovem foi questionar a ausência de seu nome na lista de chamada, pois o professor que daria a segunda aula teria perguntado para a aluna por que ela estava com falta na primeira aula.  

 "Ela então disse que também não sabia e o professor teria pedido para que ela fosse conversar na diretoria, para que não ficasse com falta. Nisso, ela começou a ser xingada e sofrer racismo por alunos defendendo a professora e depois teve essas ameaçada no grupo de Whatssap ", explica o pai. 

Vanda Donizete, mãe da adolescente, frisa que nunca passaram por esse tipo de situação e espera alguma solução para que o problema não se repita com outro aluno. 

"A gente nunca passou por essa situação e fizemos boletim de ocorrência, pois nosso objetivo é que mais ninguém passe por isso. Ela disse que era uma brincadeira, que depois conversou com todos no privado, mas não sei até onde vai essa parceria", informa a mãe. 


NOTA DA DIRETORIA DE ENSINO DE ARARAQUARA

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo lamenta o fato ocorrido e repudia todo e qualquer ato violento dentro das escolas.

"A Diretoria de Ensino de Araraquara, responsável pela unidade, está processo de abertura de apuração preliminar para verificar a conduta da citada professora para conclusão pertinente ao caso. A professora já não está mais em contato com os estudantes e unidade escolar", diz a nota. 

Segundo a pasta, será ofertado assistência com Psicólogos na Educação às estudantes envolvidas, , se autorizado pelos responsáveis. Os alunos praticantes do ato, seguem em atividades remotas pelo Centro de Mídias SP, sem prejuízo no aprendizado. 

A equipe regional do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar - Conviva SP será acionada para dar suporte à comunidade escolar e o caso foi inserido no Placon, sistema utilizado para acompanhamento de registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.