Nutrição na gravidez: suplementar ou não a alimentação?

 





Nutricionista do Sistema Hapvida afirma que uma dieta rica em nutrientes específicos e equilibrados é fundamental para o desenvolvimento do bebê e para a saúde da gestante

 

Uma alimentação adequada, com os nutrientes certos, é fundamental para a saúde da mulher gestante e para a nutrição e fornecimento de matéria-prima para a formação do bebê ao longo da gestação. O corpo da mulher precisa ter condições de reagir e aguentar a sobrecarga de um maior gasto energético.

 

Mas nem sempre a mulher consegue apenas com a dieta comum do dia a dia, e sem uso de suplementação, atingir os macro e micronutrientes indicados para uma gestação adequada e que atenda às necessidades do feto.

 

Além disso, a má alimentação está no topo do ranking dos fatores de risco relacionados à carga global de doenças no mundo, sendo o que mais contribui para a mortalidade. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, das gestantes acompanhadas na Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS), 51,9% apresentavam excesso de peso (que compreende o sobrepeso e a obesidade). Para divulgar boas práticas na alimentação, a pasta lançou um complemento sobre a alimentação durante a gravidez: o Guia Alimentar para a População Brasileirana orientação alimentar da gestante, disponível on-line e para download.

 

O nutricionista Igor Oliveira, do Sistema Hapvida, explica que mesmo a gestação sendo uma condição fisiológica, ela gera sobrecarga no organismo, pois causa aumento das necessidades de nutrientes.

 

“A comida deve ser a principal fonte de vitaminas e minerais necessários para apoiar o desenvolvimento do bebê. Se necessário, a ingestão de suplementos alimentícios e vitaminas só deve ser iniciada após avaliação de médico ou nutricionista, para que não haja excessos ou falta de nutrientes”, reforça.

 

Oliveira explica que a avaliação quanto à indicação ou não de suplementar a alimentação da grávida é feita pelo médico e muitos fatores são considerados. Mas que, geralmente, a suplementação é indicada mais recorrentemente às gestantes portadoras de doenças autoimunes, mulheres com hipertensão arterial crônica, histórico de abortos espontâneos, gestantes que apresentam anemias, ou ainda veganas/vegetarianas.

 

“De modo geral, os dois suplementos que são mais recomendados durante a gravidez são o ácido fólico e a vitamina D. O ácido fólico ajuda a prevenir defeitos no tubo neural do bebê. E a vitamina D é necessária para o crescimento ósseo. O ferro também deve ser suplementado, pois a gravidez pode levar a uma anemia devido a maior demanda dele. Mas é importante que a recomendação sobre a quantidade das vitaminas seja ajustada por um médico e nutricionista”, afirma.

 

Diferentes fases

De acordo com o nutricionista, cada fase da gestação apresenta necessidades diferentes partindo do ponto de vista nutricional, sendo necessário preparar o organismo para cada uma delas.

 

Oliveira reforça que durante o período gestacional e nos primeiros meses de vida do bebê, deve-se evitar qualquer possibilidade de carência, fornecendo nutrientes para o contínuo desenvolvimento do feto.

 

“Dependendo da dieta da gestante, o uso de um suplemento pré-natal pode fornecer uma variedade de nutrientes dos quais ela irá precisar, como fibras, proteínas e óleos essenciais, ajudando a compensar possíveis deficiências. Já mais tarde, um suplemento multivitamínico poderá ajudar no equilíbrio correto dos nutrientes, mesmo que a dieta se altere”, explica Oliveira.

 

Pós-parto e amamentação

Se engana quem pensa que a nutrição e suplementação são necessárias apenas durante o desenvolvimento do bebê. Depois do parto, as mulheres devem manter a suplementação de ferro, pois há perda de sangue e essa suplementação irá ajudar a mulher a repor os níveis de hemoglobina.

 

Outro aspecto que merece atenção é a fase da amamentação. Isso porque durante essa atividade intensa das glândulas mamárias a mulher “gasta mais calorias” e pode perder peso.

 

“Além do ácido fólico, ferro, cálcio, zinco, vitaminas C, D, E e B, é importante suplementar o Ômega 3. A suplementação não só ajuda a diminuir os sintomas de cansaço, queda de cabelo, como também auxilia nas alterações hormonais que ocorrem no pós-parto”, conclui.