Segundo pesquisadores da USP São Carlos, resistência bacteriana aos antibióticos pode ter os dias contados
A resistência das bactérias aos antibióticos está entre os problemas mais sérios enfrentados pela civilização moderna, acreditando-se que, possivelmente, uma nova pandemia poderá surgir causada por bactérias resistentes aos antibióticos. Os cientistas acreditam na possibilidade do mundo poder enfrentar uma nova pandemia devido à proliferação dessas bactérias resistentes aos antibióticos.
Diariamente, há notícias de doenças que anteriormente respondiam bem aos antibióticos e que agora não obtêm essa resposta, registrando-se, atualmente, um elevado número de óbitos provocados por infecções que não conseguem ser eliminadas. Esta situação desastrosa chegou a este ponto devido ao uso abusivo de antibióticos, fato que contribuiu para que as bactérias adquirissem mutações que se mostram resistentes aos mesmos.
A doença que se tem mostrado mais letal é a pneumonia resistente, que vitimou muita gente que contraiu a Covid-19 nos hospitais e que continua a causar preocupações, colocando aos cientistas de todo o mundo a questão de como quebrar essa resistência.
Através de trabalhos realizados no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof) e de uma rede de pesquisadores internacionais, os cientistas conseguiram obter uma primeira resposta para quebrar a resistência bacteriana aos antibióticos, utilizando a ação fotodinâmica.
Produzindo um stress oxidativo nas bactérias, pela introdução de agentes fotossensíveis, grupos de cientistas chefiados pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, que também exerce sua atividade na Texas A&M University (EUA), Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, demonstraram que após este tratamento as bactérias voltaram a ser eliminadas pelo mesmo tipo de antibióticos que haviam anteriormente demonstrado resistência. O trabalho, envolvendo a Dra. Kate Blanco e a aluna Jennifer Machado, ambas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), juntamente com colaboradores estrangeiros, acaba de ser publicado na prestigiosa revista “PNAS- Procedings of the National Academy of Science” (EUA). Outro trabalho sobre este tema está em fase de publicação em outra revista de grande prestígio internacional, sendo que estas abordagens científicas estão tendo uma grande repercussão internacional, devendo prover novas esperanças para o combate das bactérias resistentes.
Atualmente, a equipe do IFSC/USP está progredindo neste campo com o uso da técnica para o tratamento das faringotonsillities (infecções de garganta) e mesmo no tratamento da pneumonia. (Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP)