Passados os primeiros 100 dias da terceira gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do Palácio do Planalto, dois dos principais ministros do governo, Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), afirmaram em entrevista ao R7 e à Record TV que o foco do governo será a geração de emprego e a retomada de investimentos.
"A geração de emprego será por meio das obras públicas, das obras de parceria público-privada e de concessões. Vai ser esse o foco agora do governo, gerar emprego e trabalhar inclusive com equilíbrio das contas públicas para que a gente possa ver o mais rápido possível a taxa de juros cair e o comércio voltar a investir, a indústria voltar a investir, o país voltar a crescer e as pessoas a melhorar sua qualidade de vida", disse Costa.
Uma das principais apostas para a retomada de investimentos é a reestruturação do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC). O projeto terá investimentos federais e incentivo aos novos projetos de parceria público-privada. Segundo dados do Tribunal de Contas da União, o total de obras relativas ao PAC atualmente é de 5.794 (2.760 estão paralisadas — 47,62% do total).
"Nós vamos inovar fazendo obras e investimentos por meio de parceria público-privada. Historicamente o governo federal nunca fez [a parceria]; os estados brasileiros já fizeram bastante, mas o governo federal nunca fez. Agora, o governo federal também participará dos projetos de PPP junto ao estados e municípios, além de ampliar as concessões. Nós queremos convidar a iniciativa privada a participar dos investimentos da melhoria da infraestrutura do nosso país", detalhou o ministro (veja abaixo trecho da entrevista com Rui Costa).
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também destacou a geração de empregos como prioridade do governo, mas ressaltou que é necessário trabalhar com vagas com melhores salários. "Por isso, o governo vai mobilizar a todos: Congresso Nacional, os empresários, os trabalhadores, investimentos dos bancos públicos, para fazer a economia girar e voltarmos a ter mais e melhores empregos", disse Padilha.
O ministro destaca que programas sociais retomados pelo governo, como o Minha Casa, Minha Vida, ajudam na criação de postos de trabalho. "Cada casa construída, além de um direito para as famílias, significa mais pessoas empregadas na construção, na produção dos materiais, na indústria (veja mais detalhes na entrevista do ministro ao R7 no vídeo abaixo).
As novas regras fiscais do país, elaboradas pela equipe econômica, também são destaque dos primeiros 100 dias, na avaliação do governo. As metas do governo são zerar o déficit primário em 2024, com superávit de 0,5% em 2025 e de 1% em 2026. O Executivo deve enviar o texto nesta semana ao Congresso Nacional.
"O feedback que nós temos é que será aprovado amplamente, com votos inclusive de deputados e senadores que não fazem parte da base do governo, porque está claro para a sociedade, para os atores econômicos e sociais, que nós todos precisamos ajudar o Brasil. O Brasil precisa de um novo arcabouço fiscal que possa possibilitar a queda de juros e a retomada do crescimento", disse Costa.
Fonte:R7