Desenrola renegocia R$ 2,5 bi e limpa 3,5 mi de nomes em duas semanas

 




Nas duas primeiras semanas do Programa Desenrola Brasil, a renegociação de dívidas com instituições financeiras já supera R$ 2,5 bilhões.

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o valor representa quatro vezes mais do que na primeira semana do programa, lançado em 17 de julho, pelo governo federal.

Foram renegociados mais de 400 mil contratos de dívidas. A adesão ao programa vai até o dia 31 de dezembro.

Nesse mesmo período, apenas as instituições financeiras retiraram as anotações negativas (desnegativaram) de cerca de 3,5 milhões de registros de clientes que tinham dívidas bancárias de até R$ 100. Esse balanço não inclui baixas de registros de outros credores não bancários.

A primeira fase contempla somente dívidas com bancos. Pessoas físicas que devem até R$ 100 vão ficar automaticamente com o nome limpo nas instituições. Assim, os beneficiados poderão voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel se não tiverem outras restrições. Mas o não pagamento das parcelas renegociadas leva a uma nova negativação.

“Consideramos que o programa cumpre o papel essencial nesse momento delicado das finanças das famílias brasileiras, ao procurar reduzir dívidas da maior quantidade possível de pessoas”, avalia o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

“Os bancos estão dando sua contribuição para que o Desenrola reduza o número de consumidores negativados e ajude milhões de cidadãos a diminuir seu endividamento”, acrescenta.

Como funciona

O programa, que vai estar vigente até 31 de dezembro de 2023, tem duas faixas de beneficiados e começou pela faixa 2, destinada a pessoas físicas com renda acima de dois salários míninos (R$ 2.640) até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor.

Nessa primeira fase, os bancos vão oferecer a possibilidade de renegociação diretamente em seus canais com os clientes e as condições mudam de uma instituição para outra.

Já a faixa 1, voltada a pessoas físicas com renda mensal de até dois salários mínimos ou que constem no CadÚnico (Cadastro Único dos beneficiários dos programas sociais do governo federal), com dívidas de até R$ 5.000, deverá ser incluída ao longo do segundo semestre. O governo está desenvolvendo uma plataforma específica para esse público.

Ao todo, a expectativa é criar condições especiais para facilitar as renegociações de aproximadamente 70 milhões de pessoas.

A Febraban esclarece que cada banco tem sua estratégia de negócios, adotando políticas próprias para a adesão ao programa. As condições para a renegociação das dívidas, nessa etapa, serão diferenciadas e caberá a cada instituição financeira que aderir ao programa defini-las.