A soma das fortunas dos dez homens mais ricos do mundo corresponde a cerca de 0,0000000000007% do valor de R$ 1 octilhão prometido pelo falso líder religioso Osório José Lopes Júnior. Ele é suspeito de ter aplicado golpes pelas redes sociais, ao prometer retorno financeiro a fiéis que investissem em ações humanitárias. A quantia profetizada pelo falsário é tão exorbitante que todo o patrimônio de grandes investidores como Elon Musk, Bernard Arnault, Jeff Bezos e Bill Gates, por exemplo, não chega nem perto disso. Juntos, os dez maiores bilionários do planeta somam perto de R$ 7 trilhões (US$ 1,4 trilhão, convertido pela taxa de câmbio atual).
O valor prometido pelo falso profeta ultrapassa também o Produto Interno Bruto (PIB) global, que, em 2022, foi de US$ 101,6 trilhões, ou seja, mesmo reunindo as riquezas de todos os países, não seria possível alcançar as quantias prometidas pelo golpista.
No entanto, apesar de o número parecer estranho, o valor existe na escala numérica.
Procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o falso religioso foi preso no Tocantins, no início da noite de quinta-feira (21). Alvo da Operação Falso Profeta, deflagrada na quarta-feira (20), ele foi levado para a delegacia de Gurupi (TO) e não deve ser transferido.
O líder religioso é acusado de golpes pelas redes sociais, nos quais prometia às vítimas, em sua grande maioria evangélicas, um retorno financeiro de R$ 1 octilhão a quem investisse R$ 25. Ou, se aplicassem R$ 2.000, teriam um retorno de "50 bilhões de centilhões de euros". Os investimentos seriam revertidos em ações humanitárias, segundo o falso religioso.
De acordo com a Polícia Civil, o golpe pode ser considerado um dos maiores já investigados no Brasil, uma vez que foram constatadas, como vítimas, pessoas de diversas classes sociais e de quase todas as unidades da Federação. Estima-se em mais de 50 mil o número de vítimas. Segundo a investigação, iniciada há cerca de um ano, o grupo do qual o líder religioso faz parte tem cerca de 200 integrantes.
Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão no Distrito Federal e em outras unidades da Federação.
Os suspeitos podem responder por falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.
A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado do Distrito Federal, recomenda às vítimas que ainda não registraram boletim de ocorrência que procurem as autoridades.
Fonte:R7