Mulher conta como 'derrotou' terroristas do Hamas com chá e biscoitos




A israelense Rachel Edri, de 65 anos, nunca imaginou que acordaria na manhã de sábado, dia 7 de outubro, em uma realidade completamente diferente: o início de uma guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas

Moradora de Ofakim, no sul do país, ela foi dormir no dia 6 de outubro sabendo que, na manhã seguinte, seu marido, David, comemoraria seu 68º aniversário. À tarde, ela ainda teria tempo de comprar um bolo e, no sábado à noite, seus filhos e netas deveriam visitá-la. 

No entanto, não foi isso que aconteceu. “Ainda é difícil para mim me recuperar”, disse ela. "Não consigo dormir. Cada vez que fecho os olhos vejo os terroristas. Meu marido e eu estamos dormindo na casa do meu filho Eviatar."

Apesar da surpresa, a israelense tornou-se a mulher do momento e uma estrela logo após o início do conflito. Tudo começou quando ela descreveu como conseguiu evitar a própria morte e a do marido pelos terroristas do Hamas, que haviam invadido sua casa.

Em entrevistas à TV, Rachel contou como, durante as 17 horas em que ela e o marido permaneceram reféns em casa, ela conseguiu enganar os terroristas, falar "ao coração deles" e até lhes oferecer chá, café e biscoitos. 

Rachel se lembra da hora em que ela e o marido encontraram os terroristas. “Quando entramos em casa, vi cinco rottweilers armados entrando em minha casa pela janela. Eles começaram a gritar para nós 'mártires, mártires, Tanzim'. Pensei comigo mesma: 'O que eu faço agora?'. Decidimos fazer o que eles diziam", conta ela. "Eles pegaram nossos telefones, quebraram-nos e depois nos levaram escada acima até o 2º andar, ameaçando-nos com armas." 

Naquela manhã, três esquadrões de terroristas percorreram a cidade e abriram fogo contra civis. Cinco deles escaparam das forças policiais e entraram na casa de Rachel. “No início tive certeza de que nos matariam na hora”, lembra ela. “Segurei a mão do meu marido e disse-lhe: 'Venha sentar-se ao meu lado e, aconteça o que acontecer, acontecerá." 

A vítima ainda conta que um dos terroristas disse a ela: "Você me lembra minha mãe". Foi naquele momento que Rachel demonstrou ser uma boa pessoa. "Eu disse a ele: 'Sou realmente como sua mãe. Vou ajudá-lo, vou cuidar de você. Do que você precisa?'". 

Quatro horas depois de ela e o marido terem sido feitos reféns, Rachel decidiu oferecer-lhes algo. “Perguntei se queriam chá, café e biscoitos. Eles me disseram: 'Traga-os'. Parte disso foi devido ao meu desejo de suborná-los, mas parte foi devido à minha natureza".

De acordo com Rachel, eles gostaram muito dos biscoitos. "Eles beberam e comeram e ficaram muito mais calmos. Havia um que era muito mau. Mas com os outros comecei a conversar e, a certa altura, até esqueci por um momento que eles eram terroristas."

Poucas horas depois, foi feita a primeira tentativa de resgate da casa. Durante o tiroteio, um dos terroristas foi morto, e outro ficou ferido na mão. Só por volta das 2 da manhã, após cerca de 17 horas como reféns, eles foram libertados, em outra operação, durante a qual os terroristas foram mortos. 

“Depois que fui resgatada, não parei de agradecer aos socorristas e ao chefe da equipe de resgate, Arkady Shuster. Ele me disse: 'Rachel, você é uma heroína.' Você foi inteligente e foi assim que sobreviveu. Mas eu disse-lhe: "Realmente não me sinto uma heroína. Vocês, os soldados e a polícia, são os verdadeiros heróis. "Sei que, no fim das contas, foi graças a eles que fui salva."

Fonte:R7