Araraquara perde quase 2 mil vidas no “ano da pandemia”

 




Período de março de 2020 a fevereiro de 2021 registrou um crescimento de 29,1% nos óbitos e 445 mortes a mais em relação à média histórica do município
Com a crise de saúde pública instalada em razão da COVID-19, rede hospitalar à beira do colapso, aumento no número de mortes em domicílios em razão da falta de leitos ou do medo da ida aos hospitais, reflexos no crescimento dos falecimentos por doenças respiratórias e cardíacas aceleradas pelo vírus, o município de Araraquara completou o “ano da pandemia” com um total de quase 2 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica “Estatísticas do Registro Civil” em 2003.
Os dados do “ano da pandemia” constam no Portal da Transparência do Registro Civil (http://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
O número de óbitos registrados nos Cartórios de Araraquara no “ano da pandemia”, considerado o período de março de 2020 a fevereiro de 2021, totalizou 1.972 mortes, 445 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 29,1% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 2,4%, totalizando 26,7 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 9,37% no número de falecimentos.
Já o estado de São Paulo fechou o “ano da pandemia” com um total de quase 370 mil mortos, número recorde desde o início da série histórica. O período de março de 2020 a fevereiro de 2021 totalizou 368.533 mortes, 99.071 falecimentos a mais do que a média dos mesmos períodos desde 2003. Em termos percentuais, significa um crescimento de 36,7% de óbitos em relação à média histórica, que sempre esteve na casa de 1,5%, totalizando 35,2 pontos percentuais a mais no período. Na comparação em relação ao exato ano anterior da pandemia, março de 2019 a fevereiro de 2020, o aumento foi de 19,5% no número de falecimentos.
Fevereiro recordista
O agravamento da pandemia no último mês fez de fevereiro de 2021 o mês mais mortal de sua própria série histórica em Araraquara, com um total de 228 óbitos registrados pelos cartórios do município no período, 94 óbitos a mais do que a média para o período. O número foi ainda 41,4% maior do que a média histórica dos meses de fevereiro desde 2003, sendo 40,3% pontos percentuais a mais em relação à média para o período. Na comparação com fevereiro de 2020, o crescimento foi de 65,2%.
O número de óbitos registrados nos meses de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Sobre a Arpen-SP
Fundada em fevereiro de 1994, a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP) representa os 836 Cartórios de Registro Civil do Estado de São Paulo, que atendem a população em todos os 645 municípios do Estado, além de estarem presentes em outros 169 distritos e subdistritos, realizando os principais atos da vida civil de uma pessoa: o registro de nascimento, casamento e óbito.