Servidor do MDR é suspeito de desviar recursos de combate à seca

 




Um servidor do MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) foi afastado do cargo nesta quinta-feira (18) e proibido pela Justiça de acessar o edifício da pasta, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ele é acusado de se envolver em um complexo esquema de desvios de recursos destinados ao combate à seca na Paraíba. O afastamento foi determinado pela 14ª Vara da Justiça Federal da Paraíba. 

Outros 34 investigados são alvos de mandados de busca e apreensão em cidades como João Pessoa, Campina Grande, Patos, Paulista e Pombal, na Paraíba, e em Juazeiro do Norte, no Ceará. A ação investiga obras em açudes nos municípios de Aguiar, Brejo do Cruz, Emas, Gado Bravo, Ingá, Itaporanga, Riachão do Bacamarte, Santana de Mangueira, São Bento, Alcantil, Bananeiras, Monteiro, Parari, Serra Grande e São José de Caiana, todos na Paraíba, e em Pedra Branca, no Ceará.

R7 teve acesso às investigações da Operação Blender, sexta fase da Operação Recidiva. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 21,5 milhões, sendo R$ 13,3 milhões por indício de sobrepreço e R$ 8,2 milhões por superfaturamento, segundo a CGU (Controladoria-Geral da União).

O órgão informou que levantou dados sobre as obras em açudes e barragens e constatou que houve irregularidades como indícios de fraudes licitatórias, direcionamentos de contratos, contratações de empresas sem capacidade operacional, execução de obras de má qualidade, existência de sobrepreço e superfaturamento.

As diligências derivam de fatos apurados nas operações Transparência (2009), Ciranda (2009), Dublê (2012) e Desumanidade (2015). De acordo com o Ministério Público Federal, um grupo de empresários atuava em conjunto para fraudar contratos de construção de açudes no estado nordestino.

Os desvios travaram obras que poderiam levar água potável para a população castigada pela seca. A Polícia Federal investiga a prática dos crimes de desvio de recursos públicos, fraude licitatória, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva. Os empresários criavam empresas de fachada e eles mesmos atuavam como fiscalizadores das obras.

As fraudes podem ter ocorrido em obras de 12 açudes, que receberam aporte de R$ 79 milhões dos cofres públicos. A operação desta sexta envolve 130 policiais federais e integrantes do MPF e da CGU.

Fonte:R7