Familiares de Lara lembram de menina amorosa e apegada à família: 'Um anjinho'

 




“Vivia colada com a mãe. Brincadeiras, só com as irmãs... de pentear o cabelo, fazer maquiagem uma na outra, brincar de casinha. Pra ela, sempre eram as três: as duas irmãs e a mãe. Eram muito unidas, não tinha nada que fizessem separadas.” Assim Thainá de Oliveira se lembra de Lara Maria Nascimento, sua prima, encontrada morta no sábado (19) após três dias desaparecida.

Lara havia saído na tarde da quarta-feira (16), em Campo Limpo, para comprar um refrigerante em um mercadinho da região, local onde foi vista antes do sumiço.

O corpo da menina foi encontrado no sábado com sinais de agressão, com pancadas na cabeça. A causa da morte, segundo o laudo preliminar, foi um traumatismo cranioencefálico.

Findadas as buscas, os trabalhos da polícia — e as expectativas da família — se direcionam a descobrir quem foi o responsável pela violência. A morte deixou os parentes de Lara em estado de desolação e incompreensão, sobretudo com a brutalidade do crime cometido contra uma garota de 12 anos recém-completados — “um anjinho”, como descrevem a pequena.

Mais nova das três irmãs, Lara era uma menina animada, extrovertida e carinhosa, conta Thainá. Era muito estudiosa e não tinha problemas na escola. Com a personalidade expansiva e comunicativa, tinha facilidade para fazer amigos.

Mas era para a família, principalmente a mãe e as irmãs, de quem não se desgrudava, que a menina guardava todo o seu amor e carinho, relembra a prima.

“A relação com a família era puro amor, era muito amiga das irmãs dela, muito apegada à mãe. Nunca foi de sair, gostava muito de ficar brincando com as irmãs [Isabelly e Yasmin]. O negócio dela era as irmãs e a mãe dela, um grude”, relatou ao R7.

Renata, vizinha da família, fala de Lara como uma boa menina. “Era meiga, boazinha, tranquila. Bem criança mesmo, não tinha nenhuma malícia. Vinha bastante aqui conversar comigo sobre maquiagens, unha. Mas não falava com pessoas estranhas.”

Lara havia acabado de completar 12 anos e era muito apegada à família

Lara havia acabado de completar 12 anos e era muito apegada à família

REPRODUÇÃO/RECORDTV

Dias antes do desaparecimento, Lara havia acabado de completar 12 anos. Aproveitou a habilidade da mãe para pedir um bolo de aniversário, que estava sendo preparado para a comemoração no fim de semana.

“Como minha mulher era boleira, ela pediu ‘mãe, faz um bolinho pra mim?’, porque ela gostava de comer bolo, né? Infelizmente ela não pôde comer o bolinho que a mãe ia fazer pra ela”, disse Reginaldo de Oliveira, pai da menina, com a voz embargada.

Sem a presença de Lara, o único desejo de Reginaldo é encontrar o responsável pela morte da filha. “Quero que encontrem esse monstro. Eu não vou sossegar enquanto não fizer justiça. Porque era um anjinho, uma criança indefesa”, diz o pai.

A mãe de Lara vive o luto da mesma forma que o marido: exigindo justiça. Ela pede celeridade nas investigações para encontrar o autor do crime.

“O pior momento já passei: enterrei minha filha sem poder ver o rosto dela. Tem um monstro à solta, então as minhas forças vão ser todos os dias renovadas até que eu encontre quem fez isso com a minha filha”, disse Luana Aparecida Nascimento.

Próxima à família, Renata de Oliveira, irmã de Reginaldo, fala com carinho sobre a sobrinha, e se mostra indignada com a morte da menina. “Ela não merecia isso Como que um ser humano teve coragem de fazer isso com a minha sobrinha?”, questionou.

Família já sofreu com outro desaparecimento

O caso de Lara não foi o primeiro em que a família sofreu com o desaparecimento de um parente. Há 20 anos, o pai de Reginaldo havia sumido na mesma região. Nem a cachorrinha, que estava com ele, foi encontrada. A situação, como contaram os filhos à Record TV, nunca foi solucionada.

“Eles procuraram. A equipe do COI, os soldados entraram na mata, passaram pente-fino, mas nada. Meu pai estava com uma cachorrinha, e ela também não foi encontrada”, diz Renata de Oliveira, irmã de Reginaldo e tia de Lara.

Renata ainda mostra alguma esperança sobre novas informações do paradeiro do pai: “Até hoje a gente espera, sabe, pelo nosso pai.”

Consternado com a morte da filha, Reginaldo fala pouco sobre o acontecimento, mas lamenta ao dizer que “o sumiço do meu pai ficou no esquecimento... arquivou”.

Desaparecimento e morte de Lara

Trajeto realizado por Lara até o momento do desaparecimento

Trajeto realizado por Lara até o momento do desaparecimento

REPRODUÇÃO/RECORD TV

Na quarta-feira (16), Lara havia voltado da escola, chegou em casa e, no início da tarde, saiu para a mercearia próxima para comprar refrigerantes e doces. Ali foi o último local onde foi vista antes de desaparecer.

Ela foi encontrada morta no sábado, em um matagal na divisa com Francisco Morato, com sinais de pancadas na cabeça. O laudo preliminar indicou a morte por traumatismo cranioencefálico.

Com o foco na busca pelo responsável, a Polícia Civil realiza diligências pelo bairro onde mora a família, em Campo Limpo Paulista, e busca novas imagens que possam colaborar com o esclarecimento do crime.

Até o momento, um carro da cor prata foi visto pelas imagens de diferentes circuitos de segurança, nos arredores de onde Lara havia desaparecido. Os investigadores querem descobrir a quem pertence o automóvel, e se de fato há algum envolvimento de quem o dirigia com a morte da menina.

Luana Aparecida Nascimento, a mãe de Lara, prestou depoimento na noite desta terça-feira (22), para colaborar com as investigações, tal qual fez Reginaldo de Oliveira, o pai, na tarde desta quarta (23).

Fonte:R7