Ações isoladas marcam os últimos confrontos entre Israel e Palestina

 



Uma série de ataques com facas e armas de fogo em Israel deixaram, ao menos, 13 pessoas mortas nas últimas duas semanas. Os atentados isolados, em diferentes regiões do país, foram supostamente cometidos por palestinos e sem relação com grupos ligados à resistência.

Ações como estas são comuns na história de Israel e da Palestina, que disputam o território próximo ao mar Mediterrâneo desde a fundação do Estado israelense, em 1948. Essa briga tem causando mortes nos dois lados e não há uma perspectiva de pacificação da região.

O professor de Relações Internacionais da UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) Luiz Felipe Osório explica que estes pequenos ataques palestinos são uma estratégia de guerrilha, por não contarem com uma força armada organizada.

“As eventuais armas brancas e o baixo número de vítimas estão, nesse sentido, mais relacionados com a limitação material dos grupos armados, os quais necessitam dessa estratégia de guerrilha perante a superioridade da força israelense e de seus aliados”, conta Osório, autor do Livro Imperialismo, Estado e Relações Internacionais.

Atualmente, o Fatah — movimento de libertação nacional da Palestina —, detentor do controle político da Cisjordânia, se embasa em uma política conciliadora com Israel. Esta ação não é vista com bons olhos por grupos de resistência da região.

“Não há, aparentemente, um objetivo declarado e específico com os ataques que, inclusive, ocorrem de forma difusa pelo país, valendo-se de estratégia de guerrilha, até porque eles não são perpetrados pelo Estado palestino.”

O que motiva os ataques?

Policiais cercam região alvo de ataque em Israel

Policiais cercam região alvo de ataque em Israel

JACK GUEZ/AFP - 7.4.2022

A disputa territorial entre palestinos e israelenses é o fator determinante para os atentados, que costumam ser respondidos com duras ações das forças armadas de Israel. Para Osório, o segredo para o fim destes ataques é o reconhecimento do território da Palestina pela comunidade internacional.

“A questão territorial sempre será uma questão pendente entre os dois lados enquanto o Estado palestino não for reconhecido por toda comunidade internacional, principalmente por Israel e, seu aliado estratégico, os Estados Unidos, independentemente do estopim do momento.”

Segundo o professor, a instabilidade política de Israel, que conta com denúncias de corrupção ao ex-premiê de longa data Benjamin Netanyahu, acaba aumentando a ofensiva à Palestina, um dos poucos assuntos unânimes entre os representantes do país.

“Nos últimos anos, a crise global se refletiu na instabilidade política em Israel, com variadas composições governamentais, que não conseguiam se sustentar, as quais somente galgavam algum consenso nas políticas perante a Palestina.”

Para Osório, uma das saídas para o impasse entre os dois países é o reconhecimento formal por parte de Israel e da comunidade internacional do território da Palestina.

“Busca-se também o apoio e a pressão internacional sobre Israel, de sorte a reverter a violência sistemática e entender a necessidade premente do reconhecimento do Estado palestino”, conclui Osório.

Fonte:R7