Último ‘pracinha’ da 2ª Guerra de Araraquara morre aos 102 anos

 




Morreu aos 102 anos, o tenente da reserva do Exército Brasileiro, Orlando Pires. Ele era o último ‘pracinha’ de Araraquara ainda vivo entre os dez araraquarenses que integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial, que aconteceu entre o dia 1º de setembro de 1939 e 8 de maio de 1945.

Orlando ou ‘China’, como era conhecido, entrou para o Exército Brasileiro depois de passar por um sorteio depois de cumprir o serviço militar em 1942. Depois de passar por uma avaliação, foi encaminhado para o quartel de Pindamonhangaba, onde passou por treinamento, mas quando começaram a chamar os soldados para irem para a guerra, escolheram primeiro os maus elementos para comporem o primeiro pelotão, e o China acabou não sendo convocado. Em seguida, ele foi enviado para o Quartel de São Sebastião que era encarregado de proteger a costa brasileira. Lá ele ficou por dois anos e quando começaram a montar o segundo pelotão que seria enviado para o combate, em 1945, logo a guerra acabou e ele acabou não indo para o campo de batalha na Europa, mesmo assim, Orlando ganhou a patente de tenente do Exército por merecimento.

Depois que saiu do Exército, passou a trabalhar como corretor imóveis até se aposentar.

A despedida da neta Isabela

O pracinha era acompanhado pela neta Isabela Pires, que era muito ligada à ele, há muitos anos. Ela fez uma linda despedida ao avô pelas redes sociais.  “Rezei esses últimos tempos para que sua passagem fosse tranquila, mas como foi turbulenta em minha cabeça… Ansiedade, dores físicas por conta da mesma, aparecimento da minha primeira psoríase, irritabilidade, emotividade e, diante disso, saber que não poderia demonstrar o quanto tudo isso estava me afetando, mesmo não conseguindo, pois nossos filhos sentem e como sentem.

Colocar um sorriso no rosto nessas horas é como vestir aquele melhor vestido para aquele evento que não queremos comparecer.

Hoje você descansa. Obrigada por tudo que foi e é a mim, obrigada por tudo que me ensinou. Sou grata a Deus por ele ter me dado essa oportunidade de ser sua neta, sua filha de coração e sua amiga de alma.

Eu te amo e posso sentir seu abraço e sua resposta “eu também. Quem sabe em outro momento podemos sentar para tomar aquele nosso café

juntos. Descanse meu amor você merece essa paz”, postou Isabela.

Foto: José Augusto Chrispim/Arquivo RCIA