Um quarto das vítimas de roubo e furto deixa de fazer B.O. por desconfiar da polícia

 



Uma em cada quatro vítimas de roubo ou furto que não procura pela polícia ou guarda municipal não acredita no trabalho das forças de segurança do país. É o que revela a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada nesta quarta-feira (7).

O estudo, que leva em conta dados de 2021, é dividido e traz os números para as duas categorias de crime: de um lado, furtos de carro, moto, bicicleta ou domicílio; do outro, roubos de carro, moto, bicicleta ou domicílio.

Porém, no recorte daqueles que não confiam na investigação das corporações, o número é bastante próximo em ambos os casos: são 26,9% para roubos, e 23,6% para os furtos.

Razões para evitar polícia

Outros motivos apontados pelas vítimas para não ir a uma delegacia e reportar o crime também se destacaram com maior constância que os demais.

Entre aqueles que foram roubados, 24,3% disseram que tentaram recorrer a terceiros ou resolver sozinhos. Entre as vítimas de furto, 14,4% pediram ajuda a outras pessoas ou tentaram solicionar a situação sozinhos.

A falta de provas também afeta quem evita a polícia. Essa foi a razão para 24,1% das vítimas de furto não registrarem boletim de ocorrência. Entre quem sofreu roubo, 15,2% não recorreram à polícia pela mesa razão.

O medo de sofrer represálias também afeta a vítima. Entre os roubados, 12,8% apontaram esse motivo para não fazer B.O., percentual que cai para 6,7% entre as pessoas que foram furtadas.

Para completar, a vítima também aponta o fato de "não ser importante" para não ir à delegacia: 9,3% das vítimas de roubo e 22% dos furtados apontaram esse motivo.

REPRODUÇÃO/PNAD CONTÍNUA

Vítimas de roubo procuram mais a polícia

A pesquisa revelou também que as pessoas que sofreram roubos procuram mais a polícia que as vítimas de furtos.

No caso dos roubos, a taxa de procura pela polícia foi maior para quem teve veículos levados, com 91% das vítimas, seguida pela subtração de motos: 82,5%. Em sequência, estão os bens roubados fora de casa (57,9%), dentro de casa (57,1%) e de bicicletas (52,4%).

Os pesquisadores consideram que o emprego da violência de quem rouba é o fator de maior influência para esta diferença em relação aos furtos.

Em relação aos furtos, a procura mais alta também é pelos furtos de veículos, como carros ou motos (80,3% e 84,9%, respectivamente).

Os motivos, para os responsáveis pela pesquisa, são o maior valor monetário desses bens e o fato de, em casos de a vítima possuir seguro, o registro do boletim de ocorrência ser necessário para a seguradora ser acionada.

Em casos de furtos fora do domicílio (excluem-se os carros, motos e bicicletas), a procura foi de 44,8%, seguida por 31,4% para furtos de domicílio e de 28,5% para o caso de bicicletas levadas.

Celular lidera entre objetos de roubo e furto

Entre os objetos subtraídos com maior frequência, o celular é o mais citado em todos os casos: roubos e furtos, dentro e fora de casa.

Entre os furtos, aparelhos eletrodomésticos, dinheiro em espécie, roupas e joias aparecem na sequência. Neste grupo, até animais são citados pelas vítimas – furtados em 5,7% dos registros dentro de domicílios.

No caso dos roubos, dinheiro em espécie, joias, aparelhos eletrodomésticos e documentos são os mais visados depois dos celulares.

Confira os números:

REPRODUÇÃO/PNAD CONTÍNUA

FONTE:r7