SP tem restrição na circulação das 23h às 5h para conter alta de covid

 



São Paulo adotou, nesta quarta-feira (24), medidas mais restritivas contra a alta de casos de covid-19 no estado. O governo decretou a restrição na circulação no intervalo das 23h às 5h. A informação foi anunciada durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista. "Com recorde no número de internações, o estado adotou restrição de circulação entre às 23h e 5h", disse Doria. A medida valerá a partir desta sexta-feira (26) até 14 de março.

"Nos últimos 10 dias, houve um aumento progressivo batendo sucessivos recordes, de 660 a mais de pessoas internadas em leitos de UTI no estado. São Paulo ainda tem um número considerável de leitos de UTI, mas temos a preocupação que eles devem se esgotar em três semanas. Isso é consequência das aglomerações que ocorreram cerca de 10 dias atrás." Além disso, há, segundo ele, o impacto das novas variantes, sobretudo, a de Manaus. 

Segundo o coordenador do órgão, essa medida é uma complementação ao Plano São Paulo. "Queremos reduzir aglomerações e encontros que podem ocorrer no período noturno. Isso evita grandes aglomerações como festas clandestinas e reuniões que parecem inofensivas de 10, 15, 20 pessoas mas em que ocorrem grandes transmissões do vírus." Haverá multa por descumprimento da restrição da circulação nos horários previstos. 

Haverá, uma força tarefa para fiscalização da circulação, com atuação da vigilância sanitária dos municípios e do Estado, pela Polícia Militar e pelo Procon. "Durante o dia, as atividades predominantes são atividades de trabalho e os estabelecimentos obedecem as regras do Plano SP e as pessoas obedecem as regras de proteção individual. Quando a situação epidemiológica piora de forma significativa temos a fase vermelha. A medida apresentada hoje é uma complementação porque esses eventos são extremamente prejudiciais para a sociedade."

O governador João Doria (PSDB) ressaltou que as restrições ocorrem a noite para evitar aglomerações e bares e festas. "Há uma razão para isso e a ciência vai explicar, mas eu antecipo: as pessoas não costumam beber durante o dia. Bebem durante a noite", disse. Doria explicou ainda que não haverá punição para trabalhadores que estejam voltando do trabalho para suas casas no horário de restrição de circulação. 

De acordo com o coordenador executivo do órgão, João Gabbardo, disse que o centro de contingência acompanhou os estados do Norte e do Sul, que enfrentam situações de colapso no sistema de saúde. "O centro de contingência não pode assistir passivamente a essa situação e achar que em São Paulo isso não vai ocorrer. Essas medidas são tomadas no sentido de evitar a transmissibilidade do vírus, se antecipando ao que pode ocorrer e se atentando aos indicadores nas próximas semanas", afirmou.

O secretário de saúde do estado, Jean Gorinchteyn, ressaltou que o Estado bateu um novo recorde de internados por covid-19. De acordo com ele, são 6.657 pacientes nas UTIs com o coronavírus. "É o 3º dia consecutivo de aumento nesses números. A marca histórica ocorreu em julho, com 6.257 pessoas. Significa que 100 pessoas diariamente foram admitidas na UTI diariamente."

Plano São Paulo

Na sexta-feira (19), o governo paulista anunciou, na 22ª classificação do Plano São Paulo, as regiões de Barretos e Presidente Prudente tiveram piora na ocupação dos leitos e passaram para a fase vermelha, a mais restritiva do plano. Naquela semana, houve avanço em Franca, que estava na fase amarela e passou para laranja e na região de Sorocaba, que estava na fase laranja e avançou para amarela.

Segundo a secretária, Barretos sofreu impacto da situação de falta de leitos para covid-19 em Araraquara. "Enviamos 10 respiradores da USP e outros 20 serão enviados nessa semana para a região." Além disso, o protocolo com regras para restaurantes foi revisado: o consumo de bebidas alcoólicas poderá ocorrer até às 22 horas. A restrição, porém, continua a valer para as regiões que estão nas fases vermelhas e laranja.

Na segunda-feira (22), São Paulo bateu o recorde histórico de pacientes internados por covid-19 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) desde o início da pandemia. De acordo com o secretário estadual da saúde, Jean Gorinchteyn, 6.410 pacientes estão internados em leitos intensivos. O número registrado até então era de 6.250. 

O secretário executivo do Centro de Contingência da Covid-19, João Gabbardo, afirmou que o número pode representar pacientes que estão permanecendo mais tempo nas UTIs. "Esses números podem significar que os pacientes estejam se internando com mais gravidade e que exige um tempo maior dos equipamentos de UTI", disse. O aumento dos casos fez com que o órgão elaborasse uma série de recomendações extraordinárias, além das regras já previstas no Plano São Paulo, que devem ser anunciadas na quarta-feira (24).


Fonte:R7